Mesmo sendo comum associar Touro ao apego e desejo de acúmulo de
bens, devemos repensar essa tendência, pois ela é na realidade resultado da
cultura dos países ocidentais e da ideologia capitalista. Nesse signo o que
vale é o essencial para viver. Lógico que isso varia de uma pessoa para outra,
assim como de uma cultura para outra. No geral, Touro nos capacita a fincar os
pés no chão, criar bases de sustentação, buscar recursos para a manutenção do
que existe, preservar a própria vida, assim como toda aquela que nos rodeia. Guardar
coisas inúteis ou estragadas nada tem a ver com esse signo, porém reformar,
reciclar ou consertar objetos para que eles tenham novas utilidades é
totalmente taurino. Estamos numa sociedade que dá importância excessiva ao ter,
mesmo quando não precisamos, ou mais do que isso, ela nos vende a ideia de adquirir
a mais nova versão de tudo que já possuímos, assim rapidamente consideramos o
que temos como obsoleto. O nosso lixo só vem crescendo. É mais fácil, e muitas
vezes mais barato, comprar um novo ao invés de reparar. Evocar esse signo é manter
vivo o que existe, é valorizar o que temos de recursos dando-lhes o devido uso,
é ter clareza do que precisamos para viver e cuidar para que nossas decisões e
ações estejam tendo tudo isso como base.
Texto: Mônica Matta-Machado Auler
Imagem retirada do site Época Negócios – http://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2017/02/consertar-em-vez-de-comprar-um-novo.html